O brasileiro Andrew Parsons, que comandou o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) durante oito anos, foi eleito nesta sexta-feira, 8, o novo presidente do International Paralympic Committee (IPC) – Comitê Paralímpico Internacional (CPI) -, durante a 18º assembleia em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.
O novo presidente foi eleito em votação secreta por integrantes de comitês nacionais, federações e organizações internacionais e também organizações regionais para pessoas com deficiência. Parsons, que disputava o cargo com Patrick Jarvis, John Petersson e Haidi Zhang, prestou homenagem Sir Philip Craven, seu antecessor, que ficou à frente do IPC por 16 anos.
“Avançar a relação com o COI será a chave. Temos algumas decisões muito importantes à frente. O esporte está em um momento difícil e há muitas coisas em comum para as quais temos que lutar. É fundamental que trabalhemos juntos, cooperemos e estou certo de que faremos isso”, destacou o brasileiro.
Em recente entrevista ao Estado, Parsons destacou suas propostas para o CPI, a exemplo das ações que comandou durante sua gestão no comitê brasileiro.
“No Brasil, tivemos grande êxito ao explorar o potencial comercial do esporte paralímpico. Firmamos contratos de patrocínio maiores do que qualquer outro comitê paralímpico no mundo. Fomos bastante criativos em diversas iniciativas de marketing e comunicação, com um triângulo muito bem-sucedido entre mídia, patrocinadores e organização esportiva”, ressaltou.
“Quero fazer o mesmo em nível internacional. Ainda há muitas oportunidades não exploradas pelo IPC, principalmente no que diz respeito a iniciativas conjuntas com os comitês paralímpicos nacionais, as federações internacionais e o próprio COI”.
O novo presidente do Comitê Paralímpico Internacional afirma que é fundamental uma relação mais próxima entre os movimentos Olímpico e Paralímpico. “Não apenas entre COI e IPC, mas também entre os Comitês olímpicos nacionais e os comitês paralímpicos nacionais. Acredito que a interação entre estas organizações maximizará as oportunidades para os atletas com deficiência nos diferentes países”.
Andrew Parsons disse ainda que pretende explorar a introdução de um processo profissional de classificação funcional dos atletas, tema bastante polêmico no esporte paralímpico.
‘Profissionalizar os classificadores permitirá que suas performances sejam monitoradas e avaliadas, que estejam mais disponíveis para as competições nacionais mundo afora e tenham mais tempo para investir em pesquisa e sua própria reciclagem. Estimularei a utilização da tecnologia para avaliação dos atletas, minimizando o que seja interpretação dos classificadores e a possibilidade de erros”, concluiu o brasileiro.
Para a vice-presidência do IPC foi escolhido o neozelandês Duane Kale, nadador paralímpico, ganhador de quatro medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze nos Jogos de Atlanta (EUA) em 1996, e chefe da delegação do país nas paralimpíadas de 2008 (China) e 2012 (Londres).
Fonte: Estadão