Fernando de Noronha tem passado por mudanças para melhorar as condições para receber pessoas com deficiência. Algumas pousadas foram adaptadas, os profissionais de restaurantes foram treinados. A Praia do Sueste tem uma cadeira especial para o banho, fruto do projeto Praia sem Barreiras, e uma rampa foi instalada até o Mirante dos Dois Irmãos. Na ilha também é possível fazer o mergulho autônomo, com instrutores capacitados para atender os visitantes com necessidades especiais. O secretário Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Marco Antônio Pellegrini (foto acima), esteve em Noronha e analisou a situação atual.
A visita foi feita a convite do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio), que neste mês de setembro está festejando os 29 anos de criação do Parque Nacional Marinho. A programação de aniversário tem como tema central é a acessibilidade.
Marco Antônio Pellegrini
“Eu tive uma grata surpresa, Fernando de Noronha é lugar um voltado para o turismo que tem avançado na questão da acessibilidade. Tem também o interesse em melhorar o acesso para os moradores. Essa infraestrutura nasce a partir das pessoas com deficiência, mas também serve para os idosos, as crianças, as pessoas com mobilidade reduzidas”, disse Pellegrini.
O secretário hospedou-se na Pousada Zé Maria, um do estabelecimento preparado para receber pessoas com necessidades especiais. “Eu consegui ir a qualquer lugar da pousada. Além da questão arquitetônica, tem a atitude dos profissionais em ajudar as pessoas, estão de parabéns”, analisou.
Desafios
O secretário é tetraplégico, Marco Antônio Pellegrini foi assaltado e levou um tirou há 26 anos, quando perdeu os movimentos. “Naquele momento preferir não me aposentar, eu sou funcionário do Metrô de São Paulo, e passei a ser um exemplo. Acabei indo trabalhar no Governo do Estado e depois fui convidado para contribuir junto o Governo Federal, é um desafio“, falou.
“Nós temos visto muito preconceito, a deficiência é transversal, pega qualquer um. A pessoa com deficiência não tem cor, raça, gênero, religião, idade, nível social. É importante aprender a tratar as diferenças, é educativo. Não é apenas uma ação de Governo, é uma ação de Estado. Os empresários devem oferecer os serviços e as politicas públicas devem atender as necessidades”, afirmou o secretário.
O último Censo indicou que 40 milhões pessoas se declararam com algum tipo deficiência no Brasil. No mundo os dados indicam que um bilhão de pessoas têm necessidades especiais.
Fonte: Globo.com
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